DeFi é tido por muitas pessoas como o futuro do mercado financeiro, já que se trata de um sistema descentralizado, que quebra a lógica dos bancos.
Entretanto, nem todo mundo entende como funciona o DeFi em profundidade, e é por isso que hoje trouxemos um texto explicando tudo sobre o assunto. Boa leitura!
DeFi (Decentralized Finance): conceito e características
DeFi é um acrônimo para Decentralized Finance, ou Finanças Descentralizadas, em português.
Trata-se de uma tecnologia financeira emergente baseada em uma espécie de livro-razão descentralizado, bem similar a aqueles utilizados em criptomoedas.
Esse sistema remove o controle dos bancos e instituições sobre o dinheiro, produtos financeiros ou serviços financeiros.
Dentre as suas principais vantagens está o fato de eliminar as taxas que bancos e outras instituições financeiras cobram pelo uso dos serviços.
Além disso, você tem a habilidade de armazenar o seu dinheiro em uma carteira digital ao invés de usar um banco.
Por fim, outras vantagens são o fato de que qualquer um com uma conexão com a internet consegue usar o DeFi sem precisar de uma aprovação de terceiro e você pode fazer transações em apenas alguns segundos ou minutos.
Entretanto, mesmo após essas explicações, com certeza você ainda deve ter ficado com alguma dúvida a respeito do assunto.
Isso é normal. O DeFi é um assunto complexo. Então, para entender melhor como ele funciona, precisamos esclarecer as diferenças entre finanças centralizadas e finanças descentralizadas. Confira a seguir:
Finanças centralizadas
No caso das finanças centralizadas, o seu dinheiro é guardado em bancos, corporações cujo principal objetivo é fazer dinheiro.
O sistema financeiro é cheio de intermediários que facilitam a movimentação financeira entre duas partes, sempre cobrando taxas pelo uso desses serviços.
Por exemplo, vamos imaginar que você comprou um quilo de arroz com o seu cartão de crédito. Nesse caso, o banco cobra taxas para que a transação seja realizada.
A rede do banco faz toda a movimentação do dinheiro, sendo que o seu banco aprova a sua compra e só então repassa o dinheiro para o comerciante.
Nesse caminho, as informações podem passar por várias instituições, como a bandeira do seu cartão de crédito, o seu banco e o banco do lojista.
Em cada etapa desse processo, uma pequena taxa é cobrada e é aí que os bancos lucram.
Ou seja, em linhas gerais, quando estamos falando de finanças centralizadas, todas as transações custam algum montante de dinheiro – mesmo que ele seja mínimo.
Finanças descentralizadas
Já no caso das finanças descentralizadas (DeFi), há uma eliminação total desses intermediários, pois é possível fazer operações financeiras através de uma tecnologia financeira em franca ascensão.
As transações são realizadas por redes financeiras peer-to-peer, que usam protocolos de segurança, conectividade, software e hardware para realizar as transferências.
É possível realizar as transações de qualquer lugar onde você tenha uma conexão com a internet.
É possível utilizar os softwares que guardam as informações de operações financeiras para emprestar, fazer trade e pagar qualquer conta.
Todos os dados ficam distribuídos em bancos de dados financeiros espalhados por uma rede de computadores utilizando os mecanismos de consenso para verificar a legitimidade das operações realizadas no sistema.
Por isso, as finanças descentralizadas usam a tecnologia para eliminar os modelos de finanças centralizadas, permitindo que você use os sistemas financeiros de qualquer lugar.
Através desses mecanismos, o DeFi proporciona aos seus usuários mais controle sobre o dinheiro e sobre suas carteiras virtuais.
Entenda a origem e evolução das finanças descentralizadas
O DeFi começou a tomar forma logo após a criação da rede Ethereum, quando, no final de 2014, Rune Christensen fundou a MakerDAO (MKR), uma das primeiras aplicações a rodar no sistema Ethereum.
Esse projeto nasceu como uma plataforma descentralizada de empréstimos e continua ativa, sendo um dos principais representantes desse novo mercado.
Contudo, o início das finanças descentralizadas teve alguns percalços. Por exemplo, em 2016, um hacker explorou uma falha do The DAO, outra aplicação DeFi pioneira, e acabou embolsando US$50 milhões em Ethereum.
Depois desse episódio, muitos desenvolvedores de Ethereum decidiram atualizar a rede, recuperando o valor perdido.
Contudo, nem todos foram a favor dessa estratégia, pois ela ia contra as ideias do projeto.
Por esse motivo, a rede foi dividida em duas: de um lado ficou o Ethereum, hoje sendo o maior projeto em blockchain do mundo, e o Ethereum Classic (ETC).
Como funciona um ecossistema DeFi?
O DeFi utiliza-se da mesma tecnologia de blockchain utilizada pelas criptomoedas.
Um blockchain funciona como um banco de dados seguro, ou uma espécie de “livro-razão” que pode ser acessado por aplicativos chamados de dApps.
Na blockchain, as transações são guardadas em blocos, que são verificados por outros usuários.
Se o sistema de verificação concordar com uma transação, entre os blocos são fechados e inscritos e outro bloco é criado com a informação sobre o bloco anterior.
Todos esses blocos estão “acorrentados”, daí o nome blockchain (“corrente de blocos”).
As informações de blocos anteriores não podem ser mudadas sem afetar todos os blocos seguintes, por isso não existe forma de alterar uma blockchain.
Esse conceito, junto a outros protocolos de segurança, são o que promove a natureza segura da rede blockchain.
Produtos financeiros
Uma das premissas por trás do DeFi são as transações financeiras peer-to-peer (P2P).
Uma transação DeFi P2P é quando duas partes concordam em trocar criptomoedas por bens e serviços sem o envolvimento de uma terceira parte.
Para entender isso completamente, imagine que você pegou um empréstimo em um banco.
Você precisa ir até o banco ou até outra instituição e se candidatar a um empréstimo. Caso seja aprovado, você vai pagar juros e taxas de serviço pelo privilégio concedido.
No DeFi, você usa uma aplicação de finanças descentralizado (dApp) e insere as suas necessidades de empréstimo. Em seguida, um algoritmo vai combinar você com outras partes dispostas a oferecer o empréstimo.
A partir daí, só é preciso concordar com os termos de quem está te fornecendo o empréstimo e pronto. A transação é gravada na blockchain e você recebe o dinheiro que quer emprestar logo após o mecanismo de consenso verificar a legitimidade da transação.
Em seguida, o mutuante começa a receber os pagamentos do empréstimo dentro dos intervalos estipulados no contrato.
Quando você realiza um pagamento através do dApp, o processo segue a mesma lógica novamente até voltar para o bolso de quem te emprestou o dinheiro.
Além disso, muitos projetos DeFi utilizam oráculos descentralizados, como os oferecidos pela Chainlink, para obter dados externos de forma segura e confiável, aumentando ainda mais a funcionalidade e a confiança nas transações descentralizadas.
Criptomoedas
O DeFi foi criado para utilizar criptomoedas para suas transações. A tecnologia ainda está em desenvolvimento, então é difícil determinar com precisão como as criptomoedas existentes serão implementadas.
Muito do conceito envolve uma stablecoin, ou seja, uma criptomoeda estável, respaldada por uma entidade maior, como é o caso do dólar.
Conclusão
Como vimos ao longo do texto, DeFi é uma forma de realizar transações financeiras de maneira descentralizada, sem o uso de um intermediário.
Por isso, trata-se de uma opção que é, em teoria, muito mais vantajosa para os clientes, pois não existe a cobrança de taxas existentes nos bancos tradicionais.
Utilizando-se da tecnologia de blockchain, o DeFi consegue fazer com que diversas transações financeiras sejam realizadas sem intermediários, cortando boa parte dos custos.
E aí? Gostou de saber mais sobre DeFi? Aproveite também para conhecer os serviços da San Internet! Muito obrigado pela leitura.